quinta-feira, 29 de março de 2012

Netunão Quadrado no meio da testa


Pelas brumas de Netuno!

Netuno é o regente de Peixes; é quem nos conduz - ou nos leva a perder-nos pelo caminho - aos dons artísticos, ao altruísmo, ao escapismo, ao vício, à alienação, à criatividade não-racional, à percepção extra-sensorial e parapsíquica.

Eu o chamo de Senhor das Brumas, pois quando outro planeta recebe um bom aspecto seu - Sêxtil ou Trígono - é Netuno quem, sem sabermos como nem porquê, nos dá o caminho seguro através da névoa mais espessa, por meio de uma intuição que funciona, mas não se explica.
E em mau aspecto - Oposição ou Quadratura - ele coloca um nevoeiro nos nossos olhos e no nosso cérebro de tal forma que, mesmo ao sol do meio dia, estamos perdidinhos da Silva, tropeçando nas próprias pernas como se estivéssemos bêbados e sem ter noção disso.
(quando está em Conjunção, pode tanto ser uma coisa ou outra, ou - mais difícil ainda de se lidar! - ser as duas ao mesmo tempo, o que dá uma baita confusão na nossa pobre cabecinha...)

Das situações difíceis de Netuno, prefiro a Oposição: dá um trabalhão lidar com ela, mas é algo mais cartesiano - o que quer que isso signifique nas dimensões extras onde Netuno atua - pois parece que não nos tira a capacidade de pensar e estruturar; o cuidado que precisamos ter é sempre fazer um cheklist, ou sanity check, pois é quase certo que a nossa construção mental esteja correta, mas a direção que tomamos esteja equivocada.

Já a Quadratura, mesmo não sendo tão intensa quanto a Oposição, faz com que o sujeito fique completamente perdido, sem saber se está indo ou vindo e nem pra que lado quer ir ou sequer se quer ir a algum lugar. É o nevoeiro completo nos pensamentos, nas emoções e nas ações.

Quando encontrar alguém assim perdidão, é muito provável que o sujeito esteja com um Netunão Quadrado no meio da testa, fazendo seu Sol, Lua ou Ascendente correrem atrás do próprio rabo pelos anos que dura a Quadratura - e deixando o sujeito tontinho enquanto isso. Ah, e tem gente que nasce com isso no mapa, o que significa passar a vida toda navegando pela névoa...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Primeiro eu

Estava eu na rua, levando o cachorro em seu passeio matinal, quando um fusquinha velho - tem fusca novo em algum lugar do mundo, hoje? - e um pouco judiado, com uma escada sobre o teto e dois senhorzinhos dentro, parou ao meu lado, e o passageiro me perguntou:
_ Moço, tem como a gente pegar a Bandeirantes e o túnel?
Todo solícito, respondi:
_ O senhor desce a rua até o final, vira à esquerda, e entra na primeira à direita - é uma transversal - que vai sair na Bandeirantes, na direção do túnel.
_ Ah, desce e pega a direita, né?
_ Primeiro o senhor desce a rua, vira à esquerda, e então a primeira à direita - expliquei de novo, querendo ajudar a dupla grisalha a encontrar seu caminho.

Agradeceram, seguiram em frente, e viraram na primeira rua à esquerda, ao invés de descer a rua até o final para então virar à esquerda conforme eu dissera.

Assobiei, acenei, mas não me ouviram nem me viram; arrastei o cachorro - coitado, que queria cheirar um muro promissor - até a esquina em que o fusquinha tinha virado e o avistei parado na próxima esquina, pedindo informações a outra pessoa, e depois descendo a outra rua, um pouco mais na direção correta.

Com o coração mais aliviado, me acalmei e comecei a me perguntar o porquê da ansiedade, da sensação de culpa por aqueles dois terem entendido errado minha informação, do porquê eu me sentir responsável pelos erros dos outros quando tinha feito a minha parte da melhor maneira possível... e o que consegui atinar foi a mania de querer salvar o mundo e todo mundo, consertar as coisas, por mais absurdo que isso pareça ou incapaz de tanto que eu seja - resultado de tendências naturais minhas (e de muita gente também), mas agravado por condicionamentos desde criança para cuidar do mundo lá fora em detrimento do eu daqui de dentro (claro que tem gente na situação contrária, mas isso é tema para outro dia).

Qual é a solução para sair desse condicionamento? É cuidar primeiro do meu interior, para então atuar no exterior de maneira consciente, equilibrada e eficaz - e não tomar para mim o que é dos outros, seja a compreensão da situação ou a consequência das suas ações.

Antes de cuidar do mundo, primeiro eu, senão nem chego no mundo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

DIA DA MULHER?

Na semana passada teve o DIA DA MULHER. E mesmo com algum atraso, me pus a pensar: Mulheres, bah!

Há momentos em que elas me tiram do sério, e me pergunto como Deus foi criar seres tão, tão... ilógicos! Tirando as exceções que confirmam a regra, são voláteis, não-cartesianas, teimosas, emotivas, sentimentais, inseguras... um pesadelo para quem acredita que o caminho mais curto entre dois pontos é uma reta, que estamos num universo de causa e efeito, e mais cores que azul, verde e vermelho é desperdício de onda eletromagnética e de pixels..

E quando menos se espera, elas me surpreendem com apoio, carinho, atenção, ideias que dificilmente me passariam pela cabeça... e fico aliviado que Deus as tenha criado, apesar da minha ignorância não me permitir enxergar sempre a grandeza delas.

A Astrologia vem me salvar da confusão inicial, mostrando que Vênus e Lua, planetas ligados às mulheres, têm tudo a ver com relacionamento, gosto pela estética e beleza (e compras, compras, compras!), mudanças, instabilidade, emotividade, sensibilidade, cuidar dos outros... enquanto que Sol, Marte e Júpiter ajudam a entender porque marmanjo gosta tanto de se exibir, curtir, exagerar, não pensar no amanhã pois tudo sempre (sempre?) dá certo, e por aí vai.

Se dependesse só dos homens, a espécie humana teria tido uma farra só, curtido de montão, feito tudo que desse na cabeça, e teria acabado muuuuuuuito tempo atrás.
Fomos salvos, mesmo que a contragosto ou sem ter noção, pelas mulheres. E assim continuamos sendo salvos, dia após dia, embora às vezes a conta pareça ser alta.

E depois dessa elocubração toda, me pergunto: por que só DIA DA MULHER? Devia ser o ano todo!