Atire a primeira planilha quem nunca passou por isso, no mundo corporativo cada vez mais globalizado e competitivo: para cumprir sua função e as normas da empresa, deixou de atender aquele cliente legal, mas que não tem mais contrato para ser atendido, e teve de atender aquele outro cliente chaaaato à beça, mas que está com o contrato ($$$) em dia... e assim chegou ao final da tarde (ou mais provavelmente ao início da noite) cheio de angústia e insatisfação, e também uma sensação de dever cumprido, porém vazio.
Esse sujeito (não tão) hipotético foi profissional, ao cumprir as determinações com que se comprometeu quando aceitou o contrato e os termos de trabalho, ou foi somente mercenário, ao fazer o que foi pedido em troca do dinheiro que receberá?
É natural que cada um procure receber o melhor possível por seu trabalho. Mas até que ponto devemos - ou podemos - nos transformar em meros agentes mecânicos, "paus-mandados", por termos um contrato que nos compromete a obedecer normas, ordens e regras que nos deixam desconfortáveis e insatisfeitos?
A estrutura hierárquica, remanescente do militarismo dos séculos passados parece anacrônica, mas ainda é, neste início da segunda década do século XXI, muito utilizada nas empresas, o que leva a distorções da corporação - "se o cliente pagou, faça!" - ou dos gestores - "estou mandando, faça!". E por medo, necessidade ou qualquer outro motivo, muita gente não gosta, mas engole os sapos, suporta tal situação, e segue fazendo.
Em bom astrologuês, eu diria que está na Hora de Urano: se libertar, chutar o balde, romper as amarras, se livrar do que não faz mais sentido.
Quem vai ser o primeiro?
Um comentário:
Sabe que o pior é que esse tipo de "comportamento comportado" é a única maneira que as pessoas entendem de como se deve ser em um ambiente de trabalho ou de tratamento com cliente ou de como ganhar o pao nosso de cada dia ou por ai vai...
Será que um dia vamos mesmo ver as pessoas usando o Urano de verdade?
Com respeito aos outros, desejando que todos sejam bem tratados como todos gostam de ser?
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