quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O brilho das estrelas

A exploração arqueológica na minha bagulhoteca encontrou outro poema perdido de 28/janeiro/1998 - a produção foi boa naquele dia ;-)

O Brilho das Estrelas (ou "a busca frenética por algo que estava tão perto")

Estrelas
tão brilhantes
qual pontas de diamantes
me encantando
me enganando
com seu fulgor
que empalidece tudo o mais...

Estrelas
tão brilhantes
ainda mais que antes
me atraindo
me conduzindo
sem temor
por entre escarpas abissais...

Pelo brilho das estrelas -
atravesso desertos infernais
Pelo brilho das estrelas -
supero gelos continentais
Pelo brilho das estrelas -
calo dúvidas existenciais
Pelo brilho das estrelas -
perambulo pelo perigo
Pelo brilho das estrelas -
destruo quem seja inimigo
Pelo brilho das estrelas -
ignoro quem tente ser amigo

Porque o brilho das estrelas
ofusca o amor
suplanta a dor
tão belo que dói
tão intenso que destrói
tanto a confusão
quanto a razão

brilho mágico
brilho sádico
me levou a galgar
cada colina, morro, montanha
até o fim do mundo
apenas para constatar
que sempre estava
um pouco mais alto
do que meus dedos estendidos
conseguiam alcançar

brilho trágico
desvaneceu-se em minhas lágrimas
de frustração
de desilusão.
Mas quando a visão
a mim retornou
estava de volta
em toda a minha volta
onde alguém tolo como eu
jamais olhou:
nos olhos dos amigos, amantes, parentes
pessoas tão diferentes
que compartilham um brilho de carinho
ainda mais potente
que o brilho das estrelas.

Atordoado, maravilhado,
realizado enfim,
só posso sussurrar, encabulado:
Obrigado!
Por trazer esse brilho
de volta para mim.

Um comentário:

Ilka Shimabuku disse...

Adorei!!!!! bjos