quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Presente, consciente, responsável

Poucos dias atrás, tive um desarranjo estomacal que me fez sentir-me na realeza: a maior parte do tempo estava no "trono".

Assim, a agenda lotada com o trabalho e obrigações profissionais, o trabalho voluntário e todas as outras tarefas e estudos, foi completamente deixada de lado. A prioridade maior era recuperar um mínimo de condições físicas.

Com isso descobri, estupefato, que o Sol não parou no meio do céu, nem as estrelas caíram, nem qualquer outro cataclisma ocorreu porque eu parei as 5.589 coisas que faço diariamente... o mundo continuou a girar e a funcionar como sempre, as pessoas se viraram sem a minha presença, as tarefas realmente urgentes foram feitas por outros, as importantes estavam à minha espera quando tive condições de retomar as atividades, e o que não era importante dissolveu-se com o passar das horas.

O que aprendi com isso? Que além de não dever levar todas as tarefas e mesmo simples insinuações de obrigações a ferro e fogo, que preciso dedicar tempo a cuidar de mim mesmo, para um mínimo de manutenção / repouso / lazer / recuperação.

Também entendi que faço parte de um grupo que é oposto ao dos hipocondríacos, mas igualmente carente de equilíbrio: por orgulho, vaidade, ou algum outro tipo de miopia espiritual, achamos que somos insubstituíveis, indestrutíveis, e com nossa mente sempre acelerada forçamos nosso corpo físico continuamente além de seus limites.

Contamos nossos excessos como proezas, nossas disfunções como se fossem medalhas de honra na guerra diária para sempre fazer mais nas mesmas 24 horas, independente do preço que paguemos por isso.

Felizmente, quando estamos tão alienados que a simples dor não nos faz diminuir o ritmo ou parar, o corpo tem outros mecanismos que nos forçam a parar e assim examinarmos o que aconteceu... e descobrirmos como temos sido tolos.

A minha esperança é aprender com esses erros e não repeti-los. Para isso, como me disseram nas aulas de Yoga, é preciso estar sempre presente naquilo que fazemos, sentindo, percebendo, pensando; é praticando fazer as coisas corretamente, que conseguiremos sair do piloto automático das ações e atitudes equivocadas e impensadas.

Li num livro de Warren Buffet uma frase atribuída a Bertrand Russell que sintetiza bem isso:
"Os grilhões do hábito são leves demais para serem sentidos, até que se tornam pesados demais para serem quebrados".

É hora, então, de estar presente e consciente, pois sempre seremos responsáveis por tudo que fazemos, pela energia que movimentamos, e que o Universo simplesmente devolve a nós.


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