Lendo a biografia de grandes nomes da história da Ciência, da Arte e da Filosofia, muitos deles aparecem como pessoas talentosas, dedicadas, e o que hoje se chama multidisciplinares; é comum ver que fulano era matemático, filósofo, astrônomo, astrólogo e poeta, por exemplo.
Fiquei me perguntando como o distinto podia ser tantas coisas ao mesmo tempo, enquanto eu, embora tente também, mal dou conta de uma função principal na minha vida.
Revendo minha labuta diária, vi quanto tempo gasto com coisas banais, mas que tem de ser feitas: arrumar a cama, preparar a refeição, lavar os pratos, lavar a louça, lavar a roupa, cuidar do carro, pagar as contas, etc.
Isso toma tempo e gasta energia.
E não me lembro de ter visto, em nenhuma biografia, alusão a que o biografado fizesse alguma dessas tarefas mundanas, nem cuidar dos filhos; nossos ilustres desbravadores da mente e da criatividade tinham empregados e esposa para cuidarem dessas tarefas menos nobres, e assim podiam usar seu intelecto e sensibilidade para descobertas e criações que faziam avançar toda a raça humana.
Dessa forma, quando rendemos homenagem de admiração e reconhecimento a um Newton, por exemplo, devemos fazer o mesmo a tantos anônimos que criaram as condições propícias a que os gênios da ocasião pudessem dedicar-se exclusivamente a suas tarefas mentais e sensoriais.
Parabéns, trabalhadores invisíveis de ontem e de hoje! Qualquer um de nós que encare a louça suja do jantar e o passeio do cachorro saberá o quanto vocês (nós?!) também são importantes.
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