segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Hora de Urano

Profissional ou Mercenário?

Atire a primeira planilha quem nunca passou por isso, no mundo corporativo cada vez mais globalizado e competitivo: para cumprir sua função e as normas da empresa, deixou de atender aquele cliente legal, mas que não tem mais contrato para ser atendido, e teve de atender aquele outro cliente chaaaato à beça, mas que está com o contrato ($$$) em dia... e assim chegou ao final da tarde (ou mais provavelmente ao início da noite) cheio de angústia e insatisfação, e também uma sensação de dever cumprido, porém vazio.

Esse sujeito (não tão) hipotético foi profissional, ao cumprir as determinações com que se comprometeu quando aceitou o contrato e os termos de trabalho, ou foi somente mercenário, ao fazer o que foi pedido em troca do dinheiro que receberá?

É natural que cada um procure receber o melhor possível por seu trabalho. Mas até que ponto devemos - ou podemos - nos transformar em meros agentes mecânicos, "paus-mandados", por termos um contrato que nos compromete a obedecer normas, ordens e regras que nos deixam desconfortáveis e insatisfeitos?

A estrutura hierárquica, remanescente do militarismo dos séculos passados parece anacrônica, mas ainda é, neste início da segunda década do século XXI, muito utilizada nas empresas, o que leva a distorções da corporação - "se o cliente pagou, faça!" - ou dos gestores - "estou mandando, faça!". E por medo, necessidade ou qualquer outro motivo, muita gente não gosta, mas engole os sapos, suporta tal situação, e segue fazendo.

Em bom astrologuês, eu diria que está na Hora de Urano: se libertar, chutar o balde, romper as amarras, se livrar do que não faz mais sentido.

Quem vai ser o primeiro?