quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Namaskar!

(Texto inspirado pela convivência com minha turma em oito módulos do curso de Biopsicologia, no Instituto Visão Futuro, em 2011 - gente fantástica, num lugar especial)

Terei um universo inteiro de coisas a lamentar
se ao olhar para trás eu continuar
a somente ver os esqueletos e escombros que produzi
e as tempestades que semeei
enquanto aprendia com mais erros que acertos

Há momentos em que as tensões exteriores
fazem as sombras se agitar em minhas profundezas,
corroendo meu íntimo, trovejando,
como almas penadas sem descanso,
me forçando a fazer algo a respeito delas

Sozinho, às vezes tento fingir que não é comigo,
que se esperar bastante tudo vai se resolver;
outras vezes parto para o confronto total
e tento vencer as trevas que me assolam
sendo mais sombrio que elas próprias,
sem coragem de aceitar as sombras em mim
e trazê-las junto comigo para a luz,
sem conseguir entender o porquê
de ser tão difícil olhar a mim mesmo no fundo dos olhos

E quando parece não haver mais solução
o Universo envia alguém que me olha além do fundo dos olhos,
que vai até o fundo do coração
e que então ora pelos meus fantasmas,
limpa meus escombros e trata minhas dores,
pois enxergou que existe algo mais além da desolação,
e me ajuda a dar mais valor ao bem que poderei fazer
do que aos erros que um dia materializei
e redescobrir a fé em mim mesmo e no Universo

Namaskar!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amor de Verdade

falar de amor
é uma bobagem tão deliciosa
quanto uma tarde ociosa
vendo o sol se por
por mais que se diga,
não se explica,
pois só quem sente
é que entende
que não é mágica, mas vida,
e quem ainda duvida
só adia a chance
de, ao menos por um instante
saborear anahata, samadhi,
de se expandir,
ser uno com o universo
e, complemento do inverso,
ter todo o universo em si
ao descobrir
que amor de verdade
nunca é restritivo,
que amor de verdade
sempre é multiplicativo

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Serenidade

Serenidade é mais do que uma situação momentânea. Ela é uma conquista da alma, por parte daquele que não apenas se empenha em conhecer-se e melhorar-se, mas que acima de tudo tem a humildade de reconhecer suas limitações, acatar a orientação dos que hoje têm maior sabedoria do que ele, ter a coragem de tentar novamente e de aceitar as consequências do que faz.

Serenidade é o caminho para dar menos atenção ao próprio ego, e mais ao divino que está em toda parte.

Serenidade é a chama que ilumina sem queimar, que aquece sem entorpecer, e que ao deixar de fazer força fica mais forte.

Serenidade é atributo do Infinito. Quando nos conscientizarmos que nosso caminho leva à Eternidade e ao Infinito, e aceitarmos nossas tarefas de auto-melhoria, começaremos a fluir com mais facilidade por essa senda da evolução.

Caminhos

As perguntas não deveriam ser "de onde viemos?" nem "para onde vamos?", mas sim "como estamos?".

Somos habitantes de todo o Universo, jornadeiros do Infinito através da Eternidade, então mais importante do que a nossa localização no Espaço-Tempo, é a nossa localização no campo emocional-moral/ético-espiritual, que abrange muito mais que nossa visão limitada do dia a dia, e onde nossa atuação ressoa fortemente à toda nossa volta e se propaga com a velocidade do pensamento, reverberando Universo a fora.

Como as posses, riquezas, cargos e status são transitórios, o valor maior reside em conhecermos a nós mesmos, pois esse é o ponto fundamental e insubstituível para nos aceitarmos, trabalharmos nossa sombra, e assim nos reconhecermos nas sombras alheias e dessa forma conseguirmos uma melhor postura e atitude, sem nos sentirmos obrigados nem diminuídos, pois teremos então a percepção de que este é o Caminho natural a seguir no processo da evolução.

Todos os Caminhos levam ao Pai/Mãe-Princípio de Tudo/Destino de Tudo.

Há Caminhos bons e Caminhos ruins.

O Caminho de cada um está dentro de si mesmo.

A cada um compete cuidar do seu Caminho.

Podemos caminhar ao lado de outros por algum tempo, mas cada um em seu próprio Caminho e ritmo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

44

Coma chocolate. Não coma chocolate.
Beba leite. Não beba leite.
Tome café. Não tome café.
Exponha-se ao sol. Não se exponha ao sol.

Já pensou em quantas informações binárias, isto é, do tipo sim/não, é/não é (mutuamente exclusivas e conflitantes) recebemos por dia?

A grande maioria apoiada em números, testes, experimentos, etc. Estão certas ou erradas?

A resposta é: estão certas E erradas... depende do contexto e de como são aplicadas e avaliadas.

A menos que você tenha constatado algum problema sério - ou tenha alguma restrição filosófica, religiosa ou coisa assim -, não tome uma atitude única e definitiva desse tipo citado acima.

Por exemplo: se você gosta de chocolate, não tem problema físico que seja agravado por ele (alergia, diabetes, obesidade, etc.), então coma chocolate - de vez em quando; não vá comer uma caixa de bombons por dia, ou uma barra de 200 g em lugar de uma refeição.

O Taoísmo há séculos e séculos recomenda o caminho do meio; a sabedoria popular também faz tempo que diz "nem 8, nem 80". Então, para facilitar nossa vida, vamos aplicar o 44 - o meio termo entre os extremos (o 8 e o 80) - e sermos menos estressados e mais contentes.