quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Pátria dos Curadores

Esse livro escrito pela norte-americana Sandra Nuñez em 2008 (com o título original Brazil's Souful Medicine) e publicado no Brasil em 2012 me chamou a atenção por seu subtítulo (Uma História da Medicina e da Cura Espiritual no Brasil) e foi uma grata surpresa descobri-lo, apesar de ter sido lançado por aqui sem alarde e sem destaque.

Nuñez relata o seu contato e encantamento com esse país distante e desconhecido para a grande maioria dos norte-americanos e mesmo para muitos brasileiros que, mesmo presentes fisicamente no próprio país, não o percebem nem conhecem.

Ela se encanta mais ainda com algo que é comum para muitos brasileiros, principalmente os de classe média e baixa: a variedade e riqueza de assistência dita "invisível" ou "espiritual" para tantos que, vergados pelas doenças, recebem auxílio quase miraculoso, em lugares muitas vezes simples, a custo baixo ou nulo, e a partir daí começam a despertar para a realidade do mundo extra-físico ou energético e como ele nos influencia e afeta.

A partir dessa descoberta e encantamento, reforçada por suas visitas e experiências pessoais com a s curas e os tratamentos feitos principalmente em Abadiânia, a autora faz uma pesquisa, bem-vinda e quase inédita, sobre a vocação do Brasil e dos brasileiros para a parceria e intercâmbio com o mundo além dos sentidos físicos visando o auxílio ao próximo e a prática da caridade buscando aliviar a dor e ajudar o enfermo a se equilibrar e se curar.

Sua pesquisa passa por Bezerra de Menezes (o Médico dos Pobres), cita Chico Xavier, fala do trabalho do espírito Dr. Fritz e dos vários médiuns que ele utilizou (de Zé Arigó até Chico Monteiro), menciona o trabalho feito no Centro Frei Luiz, no Rio de Janeiro, e o que realiza João de Deus na Casa de Dom Inácio, em Abadiânia. Não perde tempo nem em detalhar demais, nem em entrar em polêmicas pouco produtivas: foca no bem que foi feito.

Acima de tudo, passa a mensagem de que a cura física é resultado do reequilíbrio espiritual (energético, emocional, psíquico e mental) da pessoa, sem o que a doença - e a lição que ela está buscando ensinar à pessoa - retornará. Para isso, a participação ativa do doente, e não simplesmente deixar toda a responsabilidade para os médicos ou curadores, é fundamental para que o tratamento, qualquer que seja ele, funcione e perdure.

Nuñez considera o Brasil na vanguarda da medicina, ao mostrar a crescente participação do elemento espiritual - como algo além do físico, e não meramente religioso - junto com o que a medicina convencional proporciona para o alívio e o tratamento. E tudo isso com pouca ou nenhuma participação oficial (governo) ou de empresas, mas com a participação decisiva de pessoas que, ao despertarem para a realidade de que estamos todos conectados pela mesma centelha divina que anima a todos nós, aproveitam as oportunidades de levar aos outros o mesmo auxílio que gostaria de receber, entrando no caminho de "amar ao próximo como a si mesmo".

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ser Cósmico


Já que somos todos filhos de Deus, o universo inteiro é meu lar e em toda parte estou em casa. Não existe o que não seja herança minha, então o desleixo, a exploração e o descaso são atentados contra meu próprio patrimônio.

Compartilhando a mesma origem, todos são meus irmãos e aquilo que não gosto nos outros, ou eles em mim, é a mera projeção do que não aceitamos em nós mesmos. Para conseguir amar aos outros, preciso aprender a amar a mim em primeiro lugar, sem complacência nem rigidez e sem me colocar como o único merecedor do amor.

Para realizar o potencial da centelha divina que possuo, preciso reconhecê-la nos outros e lembrar que se os corpos são diferentes, a essência é a mesma, e que ao respeitá-la nos outros, eu a engrandeço dentro de mim - e em algum dia passarei de Ser Humano a Ser Cósmico.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

O Egito Secreto


Esse livro de Paul Brunton, publicado no Brasil em 1967, mas escrito em 1935, relata as experiências do autor em sua busca sobre o que existe além da percepção dos cinco sentidos físicos e da lógica materialista.

Dando sequência ao que já pesquisara na Índia, dessa vez Brunton analisa fenômenos no Egito e entrevista um hipnotizador, um encantador de serpentes, um mágico e um chefe religioso muçulmano.

Mas o ponto alto do livro são suas descobertas quando se dispõe a passar uma noite observando a Esfinge, e outra noite dentro da Grande Pirâmide, quando tem, espontânea e inesperadamente, uma experiência fora do corpo (projeção astral) e entende um pouco mais do mundo extrafísico que busca e como os antigos mestres egípcios - assim como em outras culturas - incorporavam tais práticas à sua rotina diária, mas a protegiam dos não-iniciados com segredo e simbolismo.

Com a (re) descoberta desses assuntos e a enorme divulgação de informação que ocorre neste início do século XXI, o que Brunton nos conta pode até soar ingênuo, mas deve ter sido muito interessante, além de engraçado ou incômodo para os céticos, na década de 1930.