quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Signos em números


_ A pessoa não é um signo só, ela tem todos.
A frase foi dita pela minha amiga Jerusa, astróloga como eu, respondendo a uma das várias perguntas após a palestra que demos na loja Vila Zen de Moema, no início de abril/2012.

Lembrei disso numa madrugada insone e quase febril, quando não conseguia dormir e entre tantas coisas na cabeça passou meu projeto de pesquisa em astrologia na Gaia, envolvendo consultas astrológicas. Pensando nos mapas que já li nos atendimentos, concordei com aquela frase: ninguém que eu já tenha visto (o mapa) é 100% um signo, não vi ainda um Capricorniano puro-sangue ou algo assim; sempre tem umas tintas de outros signos.

Aprendemos que o Ascendente e a Lua influenciam nessa composição. Mas a composição por elementos e modos também fazem essa definição ficar mais complexa.

Comecei, então, a brincar com a ideia de quantificar a participação de todos os signos no mapa natal das pessoas, sofisticando esse sistema de pontos de elementos e modos que são usados hoje em dia.

Achei que isso me ajudaria a dormir, mas fiquei mais acordado ainda! E acabei me saindo com esta fórmula para quantificar os signos de uma pessoa:

I- Pontuar os planetas nos signos, seguindo os valores-padrão do software Pegasus: 1 ponto para cada planeta, 2 pontos para os luminares;

II- Pontuar os planetas nas Casas, com os mesmos valores do item I, e fazer a equivalência Casa-signo;

III- Atribuir 3 pontos a cada signo em Casa Cardinal, 2 em Casa Sucedente, e 1 em Casa Cadente;

IV- Atribuir 2 pontos a cada signo cujo regente esteja em Casa Cardinal;

V- Considerar a dignidade planetária: 2 pontos a mais para signo cujo regente esteja em domicílio e em queda (está reprimido, mas está forte), 1 para os que estejam em exaltação e em exílio (idem), 0 para os neutros.

VI- considerar os planetas sem aspecto: +2 pontos.

Vamos a um exemplo prático com este mapa:




I- planetas nos signos:
Leão: Urano = 1 ponto
Virgem: Lua, Plutão = 3 pontos
Escorpião: Netuno = 1 ponto
Capricórnio: Marte = 1 ponto
Aquário: Sol, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Saturno = 6 pontos


II - planetas nas Casas:
Casa 1 <=> Áries: Urano, Plutão, Lua = 4 pontos
Casa 3 <=> Gêmeos: Netuno = 1 ponto
Casa 6 <=> Virgem: Marte, Sol, Vênus, Júpiter, Saturno = 6 pontos
Casa 7 <=> Libra: Mercúrio = 1 ponto 


III - signos nas Casas:
- Cardinais:
Casa 1: Leão = 3 pontos; Virgem (interceptada) = 3 pontos
Casa 4: Sagitário = 3 pontos
Casa 7: Aquário = 3 pontos; Peixes (interceptado) = 3 pontos
Casa 10: Gêmeos = 3 pontos
- Sucedentes:
Casa 2: Libra = 2 pontos
Casa 5: Sagitário = 2 pontos
Casa 8: Áries = 2 pontos
Casa 11: Gêmeos = 2 pontos
- Cadentes:
Casa 3: Escorpião = 1 ponto
Casa 6: Capricórnio = 1 ponto
Casa 9: Touro = 1 ponto
Casa 12: Câncer = 1 ponto


IV - regentes em Casas Cardinais:
Casa 1: Urano (rege Aquário) = 2 pontos, Plutão (rege Escorpião) = 2 pontos,
  Lua (rege Câncer) = 2 pontos
Casa 7: Mercúrio (rege Gêmeos e Virgem) = 2 pontos (para cada signo)


V - Dignidades:
Sol em Aquário - em exílio = 1 ponto (regente de Leão) 
Mercúrio em Aquário - em exaltação = 1 ponto (regente de Virgem e Gêmeos) 
Marte em Capricórnio - em exaltação = 1 ponto (regente de Áries e Escorpião) 
Saturno em Aquário - em domicílio = 2 pontos (regente de Capricórnio e Aquário)
Urano em Leão - em exílio = 1 ponto (regente de Aquário)


VI - Planeta sem aspecto:
Marte - regente de Áries e Escorpião = +2 pontos

Para facilitar conta, coloquemos isso tudo numa planilha:

Signo Item I Item II Item III Item IV Item V  Item VI Pontos
Áries 4 2 1 2 9 11%
Touro 1 1 1%
Gêmeos 3 5 2 1 11 14%
Câncer 1 2 3 4%
Leão 1 3 1 5 6%
Virgem 3 6 3 2 1 15 19%
Libra 1 2 3 4%
Escorpião 1 1 2 1 2 7 9%
Sagitário 5 5 6%
Capricórnio 1 1 2 4 5%
Aquário 6 3 2 3 14 18%
Peixes 3 3 4%
Total 80 100%

Ou seja, esta pessoa que estamos acostumados a pensar apenas como (Sol em) Aquário, ou no máximo também com Ascendente em Leão e Lua em Virgem, é assim:

19% Virgem
18% Aquário
14% Gêmeos
11% Áries
9% Escorpião
6% Sagitário, Leão
4% Câncer, Libra, Peixes
1% Touro

Essa composição é bem parecida com o que essa pessoa é. 

Hm, será que foi coincidência, ou sorte de astrólogo-matemático principiante? Se você é astrólogo e estiver com paciência, aplique essa contaiada nos mapas de algumas pessoas e veja se os resultados batem com o perfil dela - e me conte ;-)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Lá vem o Sol

Anteontem estava em Brasília e acordei bem cedinho, para fazer Yoga e meditar, e vi o Sol nascer como há muito tempo não o via: com os olhos da alma.

À beira do lago, sem obstáculos que atrapalhassem a visão do nascente, a janela do quarto em que eu estava no hotel permitiu a visão completa do céu e assim pude apreciar toda a palheta de cores que pintava o céu antes, durante e depois do nascer do Sol.

Resisti ao reflexo condicionado que hoje praticamente todos nós temos, de correr para a máquina fotográfica, ou para a câmera do celular e registrar o momento em milhões de pixels e de cores para depois postar no Facebook, Instagram, Flickr ou outro meio social onde mostramos algo e logo em seguida esquecemos daquilo porque já estamos dando atenção a outra coisa...

Assim, apreciei de forma incompartilhável, mas imprescindível, apenas com os olhos, curtindo cada nuance de cor, de detalhe, de energia, coisas que só quem vivencia - vive ao vivo, como o nome diz - consegue sentir; o resto, é descrição metafórica.

Pela astronomia - cujos conceitos ainda tenho, mas cujos detalhes estão soterrados por milhões de detalhes de outros assuntos - nosso Sol é uma estrela medíocre entre trilhões de trilhões de trilhões de zilhões de estrelas pelo universo a fora, uma enorme fornalha atômica convertendo hidrogênio em hélio e gerando as radiações - entre elas o calor e a luz que permitem a vida como a conhecemos na Terra. Ele também mantém todo o sistema solar coeso, pela força de sua gravidade.

Na astrologia, esse Sol representa nossa essência, nossa luz, aquilo que somos e colocamos na vida cotidiana.

Pela razão materialista científica, tanto o Sol quanto nós, somos apenas uma complexa interação de partículas subatômicas e ondas de probabilidade quântica.

Pela compreensão que o sentimento traz, o Sol é peça fundamental para vida, sim, mas acima de tudo é a luz que nos inspira, aquece e orienta.

De beleza ímpar, o Sol faz o mesmo belo espetáculo, mas sempre com alguma variação no céu, 7 dias por semana, 365 dias por ano... dê a si mesmo a oportunidade de (re)descobrir o nascer (ou o pôr) do Sol: é lindo, é grátis, e faz muito bem à alma.

E para você não achar que sou só eu que acho isso, nem precisa ver o que incas, egípcios e tantas outras culturas já diziam há milhares de anos; apenas curta o que os Beatles registraram em sua canção Here Comes The Sun (no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=U6tV11acSRk) e veja a letra + tradução (http://letras.mus.br/the-beatles/179/traducao.html):

Here Comes The Sun

Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right

Little darling
It's been a long cold lonely winter
Little darling
It feels like years since it's been here
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right

Little darling
The smiles returning to the faces
Little darling
It seems like years since it's been here
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right

Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...

Little darling
I feel that ice is slowly melting
Little darling
It seems like years since it's been clear
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right
Here comes the sun
Here comes the sun
It's all right
It's all right

Lá Vem o Sol

Lá vem o sol,
Lá vem o sol
E eu digo
Que está tudo bem

Queridinha,
Tem sido um inverno longo, frio e solitário
Queridinha,
Parece que fazem muitos anos desde que ele esteve aqui
Lá vem o sol,
Lá vem o sol
E eu digo
Que está tudo bem

Queridinha,
Os sorrisos voltaram aos rostos,
Queridinha,
Parece que fazem muitos anos desde que ele esteve aqui
Lá vem o sol,
Lá vem o sol
E eu digo
Que está tudo bem

Sol, sol, sol, aqui vem ele ...
Sol, sol, sol, aí vem ele ...
Sol, sol, sol, aí vem ele ...
Sol, sol, sol, aí vem ele ...
Sol, sol, sol, aí vem ele ...

Queridinha,
Eu sinto que o gelo está derretendo lentamente
Queridinha,
Parece que fazem muitos anos desde que ficou claro
Lá vem o sol,
Lá vem o sol
E eu digo
Que está tudo bem
Lá vem o sol,
Lá vem o sol
Está tudo bem
Está tudo bem

sábado, 11 de agosto de 2012

Espírito olímpico, atualizado

Nesses últimos dias dos Jogos Olímpicos em Londres-2012 relembro o que assisti em várias modalidades e li na cobertura dos eventos, e o tão divulgado "espírito olímpico" - simplificação da frase atribuída ao Barão Pierre de Coubertin, "o importante é competir" - me parece ter sido reduzido a mero artifício de marketing.

Como assim? Em primeiro lugar, vi americano naturalizado brasileiro, ucraniano naturalizado espanhol, técnico argentino comandando time brasileiro, uma ginasta em sua quinta olimpíada e pelo terceiro país, e por ai vai... efeitos da globalização, ou da profissionalização também na prática esportiva, onde o atleta-técnico-trabalhador vai exercer sua função onde tem melhor remuneração?

Nada contra o sujeito buscar a melhor remuneração para seu trabalho; só não dá para engolir o discurso de patriotismo de políticos, dirigentes e parte da imprensa. Me lembra da famosa legião estrangeira, onde soldados de qualquer nacionalidade lutavam, por dinheiro, pela França (existem inúmeros outros exemplos na história, mas este talvez seja o mais conhecido).

Há muito tempo não se luta pela vitória do país, mas sim do empregador - seja ele um banco, fabricante de eletrônicos, cerveja, refrigerante, ou governo de país. O conceito de país ou de nação foi sendo minado pelo conceito da corporação que dá trabalho e gera recursos e riquezas? Hum, coisa para se pensar...

A segunda contradição a "o importante é competir" é ver as tantas críticas a quem não chega ao topo do pódio, principalmente aqueles que estavam com resultados vitoriosos ou considerados em boa fase. A crítica é ácida, implacável, e ignora no mínimo duas coisas muito básicas: assim como o Highlander, primeiro colocado só pode ter um; e a outra coisa é que retrospecto só cria expectativa, não ganha nada por antecipação.

E a pá de cal nesse conceito de que competir é mais importante que ganhar, vem nos muitos casos de doping e a busca constante de produtos e substâncias que aumentem o desempenho e não sejam (ainda) considerados ilegais, ou não possam ser detectados em exames.

Ah, e sem esquecer que outra frase muito divulgada - "esporte é saúde" - também é enganadora: esporte de alto nível, competitivo e contínuo faz mal à saúde, pelas lesões que causa e o custo ao organismo e ao equilíbrio (físico, emocional, psicológico, mental, espiritual, social) da pessoa.

 Como não vejo uma volta aos tempos mais românticos e patrióticos nos Jogos Olímpicos - e nos demais esportes, também - proponho parar com os eufemismos e discursos hipócritas/vazios, e criar outras categorias de disputa:

- Jogos Olímpicos Profissionais: para os atletas profissionais, os que hoje disputam as diversas modalidades dos Jogos Olímpicos. Essa categoria manteria as disputas de alto nível que hoje existem e os "empregos" desses atletas;

- Jogos Olímpicos Vale-Tudo: sem exame antidoping, sem controle de substâncias, uso de próteses e equipamentos adicionais liberados... já que na prática é "o importante é competir, desde que o vencedor seja eu". Produto direto da cultura de videogames e da mentalidade de querer vencer a qualquer custo;

- Jogos Olímpicos Amadores: só para atletas amadores, aqueles que trabalham em outra profissão e praticam algum esporte por hobby. Uma recompensa ao sujeito que realmente pratica esporte por gostar e sem necessidade de atropelar a ética. Tais atletas seriam cadastrados em seus países e escolhidos por sorteio do COI poucos meses antes dos jogos, para evitar que esses amadores ficassem com as mesmas condições dos atletas profissionais;

- Jogos Olímpicos do Povão (ou "Pelada Olímpica"): só para pessoas comuns, não-atletas, como aqueles que trabalham a semana toda e batem uma bolinha no domingo. Essas pessoas também seriam escolhidas por sorteio poucos meses antes dos jogos.
Essa categoria seria o maior incentivo a que os governos.desenvolvessem e mantivessem programas para cuidar da saúde da população e de desenvolver atividades esportivas e de lazer, pois qualquer pessoa poderia ser chamada a representar a pátria e mostrar a verdadeira cara do país, e não apenas os poucos profissionais patrocinados como acontece hoje.