sexta-feira, 22 de maio de 2015

Despertar

Tudo o que um dia será
hoje pronto já está
como a árvore que virá a ser
já está na semente, pronta a crescer
o destino é imutável
mas notável é o número
dos caminhos desde o útero
até o despertar inadiável
de Todo e cada Ser

segunda-feira, 18 de maio de 2015

verdades e Verdade

minha verdade
e tua verdade
só são realidade
na mente diferente
de cada um
e só serão A Verdade
quando diferença
não for desavença,
e complementados
e não mais afastados
sejamos Todos Um.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ansiedade

A ansiedade
vem do cansaço
e do desconforto
pelo cindir da unidade
entre corpo e mente;
de repente,
aqui fica metade
e o resto, torto,
vaga no tempo-espaço
do infinito-eternidade.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Os passeios do Luka - aprendizados



Au!

No prédio vizinho morava o Quim, um Yorkshire como eu, só que maior, com pelo castanho na cabeça e cinza no corpo. Como todo cão consciente, levava o humano dele para passear na rua todo dia. A gente se via, trocava informações olfativas e continuava o passeio; um sujeito legal.

Até que o humano do Quim começou a passear sem ele. E depois começou a passear com um Golden Retriever. E nunca mais vi o Quim.

É fácil deduzir que o tempo dele aqui neste mundo transitório acabou, como acontece com tudo que um dia nasce. É assim que a vida funciona desde sempre, e continua assim pelo universo a fora.

Senti falta do meu amigo que conhecia desde que éramos filhotes, mas sei que a separação também é passageira: em algum lugar, em algum momento, com outra cara, nos veremos de novo.

Mas também fiquei contente de ver que o humano dele aprendeu a lição: nós - cães, gatos, periquitos, papagaios, etc. - convivemos com os humanos para que eles, ao aprender a nos amar intensamente como nós os amamos, consigam amar-se também entre eles, para que não confundam amor com apego ou posse.

Cada vez que um de nós, não-humanos, deixa este mundo, o humano que viveu conosco fica triste, mas tem a chance da escolha: vai se apegar ao que passou e, com a desculpa de "não quero sofrer de novo", vai evitar exercitar o amor que desenvolveu e se fechar na tristeza auto-imposta, ou vai acolher outra alma não-humana no seu lar e dar a ambos a chance de compartilhar o melhor sentimento do mundo?

Ninguém é substituível, e não se trata de trocar alguém, como uma peça de uma máquina, mas sim expandir os sentimentos bons e  mostrar que se aprendeu que não importa se são duas ou quatro pernas; se late, mia, pia, grasna ou fala outra língua; se tem pelo, pena, ou só cor diferente na pele; que o importante é amar, cuidar e compartilhar.

Au!