quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Us

Us foi publicada no meu primeiro livro artesanal (Pirata Mental), em 1994, então não é inédita. Mas a história dela é inédita: era de maio de 1991 (dia 7, se anotei certo) e eu estava no trânsito de Sampa, hora do rush da tarde, indo do trabalho no setor de informática de um banco no centro da cidade, para a aula na Aliança Francesa da Avenida Santo Amaro. Escutava uma das rádios que tocava Rock na época, e colocaram no ar a até então desconhecida (para mim) Who Do You Think We Are (Quem Você Acha Que Somos), do Alice Cooper (ouça em http://www.youtube.com/watch?v=SJYA4Haafmg). O som é legal, mas o refrão ficava me cutucando e comecei a responder mentalmente quem eu achava que nós (eu e não sei mais quem) éramos, e vi que dava um poema/história.

Cheguei atrasado para a aula, mas fui direto para a biblioteca escrever o que ainda estava fresco na cabeça, e saiu isto aqui:

Us

Look at us
we're scattered throughout time
we're scattered throughout the world
we go everywhere
but stay nowhere
we don't match with anyone
not even with ourselves
'cause we get tired of everyone
even of ourselves
we're the ones that never rest
we do our best
we play with words
we fight with the mind
we dream about the stars
we travel through the souls
we imagine what no one knows 
we listen to the thunder
we shout against the wind
we take snow from your beach
we never slow your beat
we talk nonsense
we dynamite confidence
we always take a chance
we're the ones that trigger your thoughts
with our sudden assaults
we break barriers
we go beyond frontiers
oh, we're tough and rogues
we don't mind to please
but you like us
because we do
what you just dream.

Numa tradução livre, é mais ou menos isto:

Nós

Olhe para nós
nós estamos espalhados pelo tempo
nós estamos espalhados pelo mundo
nós vamos a toda parte 
mas não ficamos em lugar nenhum
nós não combinamos com ninguém
nem mesmo conosco
porque nós nos cansamos de todo mundo
até de nós mesmos
nós somos aqueles que nunca descansam
nós fazemos o melhor
nós brincamos com palavras
nós lutamos com a mente
nós sonhamos com as estrelas
nós viajamos através das almas
nós imaginamos o que ninguém sabe
nós escutamos o trovão
nós gritamos contra o vento
nós tiramos neve da sua praia
nós nunca diminuímos sua batida
nós falamos bobagens
nós dinamitamos confiança
nós sempre corremos risco
nós somos aqueles que disparam seus pensamentos
com nossos assaltos repentinos
nós rompemos barreiras
nós vamos além das fronteiras
oh, nós somos duros e pilantras
nós não nos preocupamos em agradar
mas você gosta de nós
porque nós fazemos
o que você apenas sonha.

Essa ainda é um dos meus escritos favoritos daquele primeiro livro.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Semente, Pensamento, Pensemente...

Pedra e Vidraça

Olha só:
se hoje
eu for duro como pedra
imagine
amanhã
quando eu for vitrine
podem me despedaçar
sem dó


Conexão

O Sempre e o Nunca, quando tiram as máscaras de Passado e Futuro, se conectam no Agora.

Centro, Norte, Sul, Leste e Oeste, quando param de dar-se importância separativa, se encontram no Aqui.

Quando o Eu vê que, assim como o Outro, é uma das manifestações do mesmo Todo, continua importante porque fica mais humilde e está conectado.


E quando se entende que Tudo é Eu, Aqui, Agora, cessam os motivos para divisão e conflito.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Esperança

Meses atrás, atendi por e-mail uma pessoa cujo mapa astrológico mostrava enorme predominância de Fogo (energia, disposição, ansiedade, impaciência) e ausência quase completa de Água (lidar com emoções) e Ar (pensar antes de agir); um pouco de Terra (mundo físico, concreto) a ajuda a manter os pés no chão.

Essa pessoa estava num momento astrológico tenso, com reflexos principalmente no seu trabalho, ao que ela deveria estar atenta e se preparar para possíveis mudanças drásticas - e as mudanças aconteceram. Com todo aquele Fogo no mapa (e no seu temperamento), a pessoa ficou bastante magoada e querendo a compensação imediatamente, mas isso é coisa que demanda tempo e paciência, um pequeno milagre ou muita sorte.

Mesmo tendo indicado a ela que precisaria de planejamento, disciplina, paciência e usar sua criatividade e intuição para, com o tempo, sair dessa situação desfavorável, a pessoa queria uma solução já, alegando que precisava de esperança.

Fiquei com aquilo na cabeça: o que é esperança? No Dicionário Houaiss encontramos essas definições:
1- sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé.
2- a segunda das três virtudes básicas do cristão, ao lado da fé e da caridade.
3- expectativa, espera.

Vendo essas definições, dá para perceber que essa pessoa, junto com a grande maioria de nós hoje em dia, tem se detido mais na terceira definição do que nas duas primeiras, ou seja, vive muito em função de EXPECTATIVA, sem sequer a paciência que a ESPERA requer.

E por que isso acontece?

Olhando os conhecimentos que os iogues nos legaram, temos uma boa indicação da resposta: eles nos falam de abnivesha, que é um medo sutil e contínuo de que algo bom (que traz gosto) cesse, ou que algo desagradável (que traz desgosto) não termine. Inconscientes desses receios, colocamos nossa atenção e nossos esforços em perpetuar o que nos é agradável e evitar o que nos é desagradável, esquecidos que a característica deste mundo, deste universo e desta vida (e de todas as outras que já tivemos e teremos) é a alternância, a mudança de estado, que tudo - do aparentemente bom ao rejeitado ruim - passa...

Chico Xavier, figura iluminada que nos brindou com muitos ensinamentos e exemplos, dizia que a nossa infelicidade decorre do apego às coisas transitórias, e neste mundo tudo é transitório...

A pessoa do mapa ficou tão chateada com os problemas - e provavelmente com a falta de solução imediata - que não deu mais notícias. Dá para entender bem isso, pois acontece com tantos de nós todos os dias: a nossa esperança muitas vezes é aquela expectativa que não quer ser frustrada, e assim tantas vezes sofremos por não aceitar que o mundo tem seu ritmo, que devemos fluir com o tempo e trabalhá-lo a nosso favor ao invés de lutar contra ele, e que os resultados do nosso esforço sempre chegarão no momento certo.

Atire a primeira flor quem nunca passou por essas oscilações - e por favor ensine como chegamos lá em menos tempo ;)

domingo, 27 de outubro de 2013

Provocações gratuitas, agressões fortuitas

_ Cachorro feio da porra!

Olhei em volta: ali só tinha eu, meu cachorro e um sujeito de capuz, que já passara pelas minhas costas e atravessava a rua, num passo rápido, de mochila nas costas e mãos no bolso.

Por eliminação, devia ser ele quem falara e o alvo seria o Luka, meu Yorkshire de uns 30 cm de comprimento, pelo preto grosso e tosado em comprimento médio, que o deixa mais parecido com um micro-urso do que com um Yorkshire, mas que sempre fez com que fosse um sucesso de crítica e de público por onde quer que passasse.

Até aquele momento.

O comentário agressivo do sujeito que se afastava cada vez mais, tinha sido tão inusitado, despropositado e surpreendente, que demorei a atinar com alguma reação.

Acabei concluindo que não valia a pena dar atenção àquela nuvem passageira de mau humor em meio à manhã de céu azul. E lembrei de outras situações que já vi, como aquelas no trânsito em que o carro de alguém dá algum defeito e para, e logo começa o coro de buzinas e de xingamentos de quem está atrás; quando constatam que o carro parado à frente quebrou, ao invés de uma ação ou palavra de solidariedade, ou ao menos de um silêncio respeitoso por quem vai ter bastante trabalho para sair daquela situação, o que se vê é um festival de falta de educação e falta de civilidade, pois de repente o motorista do carro quebrado
vira o pára-raio da frustração, raiva e ansiedade daqueles que acham que só eles têm pressa e isso justificaria toda selvageria com outros que se oponham, não concordem, e acima de tudo estejam em posição mais fragilizada.

Provocações gratuitas e agressões fortuitas, em que o sujeito, por qualquer motivo, seja forte ou banal, expõe seu desequilíbrio interior, preferindo "desabafar"  - como muitos dizem - porque se acha no direito, porque seu time perdeu, porque porque discutiu com a mulher, porque levou dura do chefe e não pode retrucar, porque a vida está difícil para ele, porque acha legal provocar os outros,  porque, porque... porque ignora, ou prefere ignorar, que as dificuldades fazem parte da vida e que isso acontece com todos. Porque ignora que expressar sua raiva, "botar pra fora" como tantos alegam, é como soltar um pum: afeta todo mundo que está em volta, começando com o próprio sujeito: todos saem "fedidos" com aquela manifestação incontrolada de raiva; ninguém ganha nada.

Tem gente que se acostumou ao odor da própria irritação, mas continua sem suportar a dos outros. O exercício de se colocar no lugar do outro, para sentir na própria pele o que provoca ao seu redor, ajudaria o sujeito a ter uma visão mais realista de si e dos outros, e aí fazer algo melhor do que simplesmente agredir quando não está bem.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Vestir a camisa

Dias atrás encontrei uma camiseta de uma empresa em que trabalhei há anos, e ao vesti-la lembrei-me do significado da expressão "vestir a camisa": estar comprometido com aquela instituição, defendê-la não apenas pelo salário, mas também por sentir-se parte do que ela representa; não se preocupar em "fazer propaganda de graça", mas sim ter orgulho de estar naquela companhia.

Essa empresa, como outras em que trabalhei e nas quais eu "vestia a camisa" de verdade e não só pela obrigação contratual, já não existe mais. Da mesma forma que aconteceu com as outras em que sentia valer a pena trabalhar, essa empresa foi comprada por um concorrente que não se importa se o funcionário está satisfeito e motivado -  desde que cumpra sua obrigação -, mas que é muito bom em ganhar dinheiro e assim vai comprando os concorrentes e dominando o mercado.

Esse quase monopólio vai acontecendo em diversos setores: poucas e grandes empresas dominam, ditam as regras, e em nome do lucro maior, do gasto menor e da alta da cotação das ações na bolsa, massificam processos e pessoas, colocam os números em primeiro lugar e estabelecem uma ética distorcida em que levar vantagem é o mandamento número 1. Fica cada vez mais díficil encontrar lealdades verdadeiras e duradouras, seja em empresas privadas, instituições públicas, partidos políticos, etc.

O melhor exemplo é o que acontece com tantos jogadores de futebol que até virou anedota folclórica: o sujeito é contratado por um time, veste a nova camisa na apresentação, beija o escudo, faz juras de amor e confessa realizar um sonho de criança, e meses depois, por um salário maior, muda de time, mesmo que seja para lugares dos quais nunca ouviu falar no Oriente Médio, Ásia ou outros rincões menos conhecidos que a Europa ocidental.

Será que isso acontece porque deixamos de vestir a nossa própria camisa? Nos esquecemos de escutar nossos anseios, trancamos nossos sonhos no armário, escondemos as vontades debaixo da cama, deixamos de ser nós mesmos enquanto ouvimos o canto de sereia da propaganda massiva que nos empurra para comprar o que não precisamos tanto assim, aspirar a parecer ser o que não realmente somos e viver a vida de script de marketing?

Existe o desafio de ter coerência entre o que se pensa, sente, fala e age; para não correr tanto o risco de virarmos esquizofrênicos funcionais ou hipócritas profissionais. Requer olhar para dentro de si mesmo com honestidade, sem ignorar nossa parte que julgamos que os outros não vão aprovar; aceitarmos e acolhermos tudo o que somos - podemos não gostar, mas esse é o primeiro passo para fazer algo a respeito e melhorar.

Não é fácil, dá trabalho e demora. Mas como (quase sempre) só damos valor ao que nos custa algo, e temos a eternidade à nossa frente, o investimento em nós mesmos é o que mais vale a pena. E aí, conscientes e coerentes por vestirmos a nossa própria camisa, vestiremos naturalmente a camisa da empresa correta, do time certo, da cidadania consciente, do ser humano menos terráqueo e mais cósmico.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Estrelando: Nós

O desenho no céu mostra os planetas socias e os geracionais em grande interação: um grande Trígono de Água, com Júpiter em Câncer, Saturno em Escorpião e Netuno em Peixes; a eles se junta Urano em Áries e em quadratura com Plutão em Capricórnio - e Saturno em Escorpião faz mútua recepção com Plutão em Capricórnio. Júpiter está em oposição a Plutão (e logo fará quadratura com Urano) e Netuno faz sêxtil com Plutão.

Tudo isso mostra o enorme potencial para mudanças e transformações, que ecoa na Terra a cada dia. Mas as mudanças não vem por causa dos planetas, mas sim pelas transformações interiores, que se exteriorizam e passam do indivíduo para o meio em que ele está.

O mundo sempre esteve e está em constante mudança. A diferença é que essas mudanças aumentaram em velocidade, intensidade, profundidade e abrangência.

Vivemos transições: as coisas não são mais como foram no passado e o futuro que antes se projetava também não existe mais ("o futuro não é mais como era antigamente" - Renato Russo).  O roteiro mudou no meio da peça e aquilo que ensaiamos vai ter de ser adaptado, descartado ou substituído. Precisamos juntar a coragem ao conhecimento, ao improviso e à criatividade para salvar o (nosso) espetáculo.

É um recado muito claro para que cada um deixe de ser espectador e passe a ser protagonista da sua própria história. E é com as histórias de cada um que a História do planeta vai sendo escrita.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Revelações

O livro REVELAÇÕES - Explorando recursos da carta natal, de Celisa Beranger, publicado em 2003, foi baseado em encontros de Celisa e um grupo de estudos sobre astrologia, entre 1999 e 2001, e já entrega em seu subtítulo qual é seu foco: explorar a carta natal, também conhecida como mapa natal, mapa astrológico ou simplesmente mapa.

Para quem gosta de astrologia, mas só conhece horóscopo, o livro vai parecer grego, aramaico, sânscrito, ou qualquer outra língua ininteligível para os não-estudiosos: não é um livro didático, que vai ensinar algo mais sobre os astros para quem tem só o bê-a-bá astrológico, mas sim um livro de revisões e discussões de temas como dispositor, triplicidade, face, planeta sem aspecto, parte da fortuna, e outros.

É um livro interessante, mas não para novatos; requer uma boa base de conhecimento (conceitos) astrológicos para ser devidamente aproveitado.

sábado, 1 de junho de 2013

77. FILLER.

Quem já programou em COBOL (COmmon Business Oriented Language), nos antigos mainframes - que continuam cada vez mais atuais - deve se lembrar desse velho truque para reservar espaço em registros de tamanho fixo: ao definir todos os campos necessários, deixar um (ou mais) campos adicionais, definidos como 77. FILLER. para futuro uso, como a o aumento do tamanho dos registros pela inclusão de novos campos.

Dessa forma, evitava-se a manutenção em JCLs (o stream de dados para processar o programa) e também evitava-se usar registros de tamanho variável, coisa que, quando a arquitetura /360 dos mainframes foi desenvolvida, na década de 1960, custava algum espaço e tempo adicional de processamento.

Qual o conteúdo desses campos FILLER? Era qualquer coisa, eles existiam apenas para ocupar espaço, independente do conteúdo, que quase sempre era sujeira (dados sem significado).

E é isso que já faz tempo, e cada vez mais, que muita gente anda fazendo com os seus momentos: transformou-os em FILLERs, ou seja, preenchem os seus instantes com qualquer coisa, sem valor, sentido ou significado, apenas para passar o tempo e não viver o presente até que chegue um evento significativo - uma balada, um show, um jogo, uma viagem, as férias, a aposentadoria... e assim que chega o evento, ele já virou um FILLER para que o sujeito aguente até algo mais legal surgir, porque tudo se gasta rapidamente, a atenção viaja, o melhor ainda está por vir.

Um post, um twit, uma música do último sucesso na mídia, uma fofoca sobre a novela ou sobre o vizinho, e assim, sem perceber, lá vai o sujeito rifando, ou dando de graça, um dos seus bens mais preciosos: seu momento atual, sua vida presente, e assim vai acontecendo a maldição dos zumbis neo-contemporâneos pós-tudo, onde a presença de corpo e ausência de espírito é cada vez mais comum.

Nada contra a salutar distração, mas tudo contra a alienação.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Pátria dos Curadores

Esse livro escrito pela norte-americana Sandra Nuñez em 2008 (com o título original Brazil's Souful Medicine) e publicado no Brasil em 2012 me chamou a atenção por seu subtítulo (Uma História da Medicina e da Cura Espiritual no Brasil) e foi uma grata surpresa descobri-lo, apesar de ter sido lançado por aqui sem alarde e sem destaque.

Nuñez relata o seu contato e encantamento com esse país distante e desconhecido para a grande maioria dos norte-americanos e mesmo para muitos brasileiros que, mesmo presentes fisicamente no próprio país, não o percebem nem conhecem.

Ela se encanta mais ainda com algo que é comum para muitos brasileiros, principalmente os de classe média e baixa: a variedade e riqueza de assistência dita "invisível" ou "espiritual" para tantos que, vergados pelas doenças, recebem auxílio quase miraculoso, em lugares muitas vezes simples, a custo baixo ou nulo, e a partir daí começam a despertar para a realidade do mundo extra-físico ou energético e como ele nos influencia e afeta.

A partir dessa descoberta e encantamento, reforçada por suas visitas e experiências pessoais com a s curas e os tratamentos feitos principalmente em Abadiânia, a autora faz uma pesquisa, bem-vinda e quase inédita, sobre a vocação do Brasil e dos brasileiros para a parceria e intercâmbio com o mundo além dos sentidos físicos visando o auxílio ao próximo e a prática da caridade buscando aliviar a dor e ajudar o enfermo a se equilibrar e se curar.

Sua pesquisa passa por Bezerra de Menezes (o Médico dos Pobres), cita Chico Xavier, fala do trabalho do espírito Dr. Fritz e dos vários médiuns que ele utilizou (de Zé Arigó até Chico Monteiro), menciona o trabalho feito no Centro Frei Luiz, no Rio de Janeiro, e o que realiza João de Deus na Casa de Dom Inácio, em Abadiânia. Não perde tempo nem em detalhar demais, nem em entrar em polêmicas pouco produtivas: foca no bem que foi feito.

Acima de tudo, passa a mensagem de que a cura física é resultado do reequilíbrio espiritual (energético, emocional, psíquico e mental) da pessoa, sem o que a doença - e a lição que ela está buscando ensinar à pessoa - retornará. Para isso, a participação ativa do doente, e não simplesmente deixar toda a responsabilidade para os médicos ou curadores, é fundamental para que o tratamento, qualquer que seja ele, funcione e perdure.

Nuñez considera o Brasil na vanguarda da medicina, ao mostrar a crescente participação do elemento espiritual - como algo além do físico, e não meramente religioso - junto com o que a medicina convencional proporciona para o alívio e o tratamento. E tudo isso com pouca ou nenhuma participação oficial (governo) ou de empresas, mas com a participação decisiva de pessoas que, ao despertarem para a realidade de que estamos todos conectados pela mesma centelha divina que anima a todos nós, aproveitam as oportunidades de levar aos outros o mesmo auxílio que gostaria de receber, entrando no caminho de "amar ao próximo como a si mesmo".

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ser Cósmico


Já que somos todos filhos de Deus, o universo inteiro é meu lar e em toda parte estou em casa. Não existe o que não seja herança minha, então o desleixo, a exploração e o descaso são atentados contra meu próprio patrimônio.

Compartilhando a mesma origem, todos são meus irmãos e aquilo que não gosto nos outros, ou eles em mim, é a mera projeção do que não aceitamos em nós mesmos. Para conseguir amar aos outros, preciso aprender a amar a mim em primeiro lugar, sem complacência nem rigidez e sem me colocar como o único merecedor do amor.

Para realizar o potencial da centelha divina que possuo, preciso reconhecê-la nos outros e lembrar que se os corpos são diferentes, a essência é a mesma, e que ao respeitá-la nos outros, eu a engrandeço dentro de mim - e em algum dia passarei de Ser Humano a Ser Cósmico.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

O Egito Secreto


Esse livro de Paul Brunton, publicado no Brasil em 1967, mas escrito em 1935, relata as experiências do autor em sua busca sobre o que existe além da percepção dos cinco sentidos físicos e da lógica materialista.

Dando sequência ao que já pesquisara na Índia, dessa vez Brunton analisa fenômenos no Egito e entrevista um hipnotizador, um encantador de serpentes, um mágico e um chefe religioso muçulmano.

Mas o ponto alto do livro são suas descobertas quando se dispõe a passar uma noite observando a Esfinge, e outra noite dentro da Grande Pirâmide, quando tem, espontânea e inesperadamente, uma experiência fora do corpo (projeção astral) e entende um pouco mais do mundo extrafísico que busca e como os antigos mestres egípcios - assim como em outras culturas - incorporavam tais práticas à sua rotina diária, mas a protegiam dos não-iniciados com segredo e simbolismo.

Com a (re) descoberta desses assuntos e a enorme divulgação de informação que ocorre neste início do século XXI, o que Brunton nos conta pode até soar ingênuo, mas deve ter sido muito interessante, além de engraçado ou incômodo para os céticos, na década de 1930.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Imprevistos e Improvisos

Ontem estava eu, mais uma vez, com a agenda cheia e acelerando o ritmo para não aumentar o atraso nas tarefas, quando o Universo me mandou mais um aviso para ir mais devagar: travou o elevador, comigo sozinho dentro a um andar de onde eu desceria.

Acionei o interfone, avisei a portaria do prédio para chamar o técnico habilitado a mexer no elevador, aproveitei que tinha sinal de celular e avisei meu próximo compromisso que eu iria me atrasar, avisei minha esposa que estava tudo bem, e aproveitei os instantes de sossego e isolamento, tão difíceis de ter em uma megalópole como Sampa: sentei-me em posição de lótus, entoei mantras e fiz meditação até que o técnico chegasse e me soltasse, mais de 20 minutos depois.

Dei sequência às atividades definitivamente atrasadas, dentro do que foi possível fazer, comigo menos acelerado, agradecido ao Universo que o aviso para que eu vá mais devagar (ou menos depressa) tenha sido um simples travamento no elevador e não algo mais sério como acontece com tanta gente. E vou me esforçar para que a lição não precise ser repetida.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Prisioneiros da Sexta-feira

Se nossa ansiedade pela sexta-feira só é menor que nossa repulsa pela segunda-feira, e se só aguentamos isso no aguardo das férias, até que chegue a aposentadoria, é sinal de que precisamos repensar como estamos vivendo e fazer algo, urgente, por nós mesmos.

Quântico

Estou me tornando quântico: cada vez mais, tenho menos certezas e mais possibilidades.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A Yoga de Jesus

Paramahansa Yogananda (1893-1952) foi um dos maiores, se não o maior, divulgador da Yoga e de sabedoria espiritual oriental no Ocidente, principalmente por seu livro Autobiografia de Um Iogue.

A Yoga de Jesus é um livro a partir de outro livro; contém excertos de The Second Coming of Christ: The Ressurrection of the Christ Within You. Nessa obra, Yogananda se propõe a analisar Jesus como um Oriental - que, por seu nascimento e pela sociedade (e localização geográfica) em que viveu, Jesus foi - e não como um Ocidental, como foi sendo adaptado pela visão da nossa sociedade Ocidental...

Mais do analisar a figura de Jesus, Yogananda analisa seus ensinamentos, com uma lucidez e bom-senso que mostram sua (Yogananda) grande estatura espiritual: sem se prender a rótulos, ele analisa o conteúdo do que Jesus trouxe, dá-lhe o devido valor, traça paralelo entre as informações das escrituras cristãs/bíblicas e as escrituras indianas, e nos lembra que a espiritualidade se eleva acima de qualquer separação de religiões.

Eis alguns trechos dessa obra pouco conhecida de Yogananda, mas digna de ser lida e ponderada:



Os salvadores do mundo não vêm alimentar divisões doutrinárias hostis, e seus ensinamentos não devem ser utilizados para esse fim. Chega a ser impróprio referir-se ao Novo Testamento como a Bíblia ‘Cristã’, pois ele não pertence exclusivamente a nenhuma seita.

A verdade destina-se a promover a benção e a elevação espiritual de toda a raça humana. Assim como a Consciência Crística é universal, Jesus Cristo também pertence a todos.


*      *      *

_ O senhor crê na divindade do Cristo? – perguntou um visitante.
Paramahansa Yogananda respondeu:
_ Sim. Gosto de falar dele porque foi um homem de perfeita Autorrealização. Entretanto, ele não foi o único filho de Deus, nem afirmou que o fosse. Em vez disso, ensinou claramente que aqueles que cumprem a vontade do Senhor tornam-se, como ele, um com Deus. Acaso não foi a missão de Jesus na Terra lembrar aos homens que Deus é o Pai Celestial de todos e mostrar o caminho de volta a Ele?
Assim Falava Paramahansa Yogananda
 

*      *      *
Jesus foi precedido por Gautama Buda, o “Iluminado”, cuja encarnação relembrou a uma geração negligente o Dharma Chakra ou a roda do karma em constante rotação – ações iniciadas pela própria pessoa e os efeitos dessas ações, que fazem com que cada homem, e não um Ditador Cósmico, seja responsável por suas condições atuais. Buda trouxe vida nova a uma teologia árida e a rituais mecânicos – a que decaíra a antiga religião védica da Índia ao findar uma idade superior em que Bhagavan Krishna, o mais amado de seus avatares, pregara o caminho do amor a Deus e da realização divina por meio da suprema ciência espiritual da yoga, união com Deus.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Tempo (de novo - ou ainda)

Divagações de uma segunda-feira (04/fevereiro/2013) à tarde, no meio de um retiro espiritual:

Meia hora para ficar na mata, em silêncio. Meia hora inteirinha sem obrigação de fazer nada, nem pensar - ou talvez pensar já seja uma grande coisa, algo raro numa sociedade que exige cada vez mais velocidade e onde o raciocínio é opcional ou até indesejado.

A mata fechada tem pouca luz e está toda úmida por causa das fortes chuvas diárias.

Aqui, só o barulho do vento, de uma moça comendo maçã, do pássaro eventual ou de um carro, mais eventual ainda, passando pela estradinha próxima. Tarde de segunda-feira para fazer o que quiser, em silêncio, no meio da mata; quem tem meia hora livre, na grande cidade com suas muitas obrigações, e nas empresas?

Neste solo úmido e abençoado com sol e vento - e uma temperatura nem congelante nem escaldante -, a vida brota em todos os cantos, sem preocupação com relógio, mas sempre no tempo certo. Nós, seres humanos, perdemos essa conexão visceral com o tempo, quando passamos a medi-lo e assim querer controla-lo, ao invés de fluir com ele no ritmo da Natureza.

No ritmo artificial que criamos, nós nos desconectamos da Natureza e nos perdemos de nós mesmos; adoecemos e não admitimos nossa auto-enfermidade, e buscamos alívio nos aprofundando mais nas criações do nosso ritmo artificial. 

Evoluir sem devastar, criar sem estagnar; desafios para cada um e para a sociedade.

Ah, o tempo! Dizem que só temos o presente, pois o passado é lembrança e o futuro ainda não aconteceu. Mas o presente é efêmero e escorregadio, sempre se desfazendo ante nossos olhos e escapando entre pelos dedos, instantaneamente virando lembrança e se tornando passado, na mesma velocidade com que o futuro vira o agora e já passa para o passado... 

Assim, atuamos sobre o passado, em cima de nossas projeções para o futuro.

O presente é tudo que temos, mas só o conseguimos utilizar como ligação entre o que já foi e o que está por vir. No grande oceano do tempo, sua correnteza nos leva sempre, e só com nossa mente, associada às emoções, é que temos a autonomia para voltar ou avançar.

Como passageiros da astronave Terra, ela nos leva em SEU caminho pelo espaço; e como criaturas no mar infinito temporal, seguimos aonde suas ondas nos impulsionam. Que grande ilusão a nossa de querermos controlar alguma coisa!

E para que controlar? Para, no suposto poder conquistado, termos a "segurança" de estarmos protegidos de outros como nós, que também têm seus medos, e a quem buscamos apequenar, para nos sentirmos maiores e assim a salvo? Controlar a todos, ao mundo inteiro, para assim nada temer? Não seria mais fácil nos entregarmos, abrir mão de qualquer ideia de controle, e sermos integrados ao Todo, e assim não precisar temê-lo?

Ah, mas isso demanda uma confrontação ainda maior do que enfrentar o mundo todo; isso requer que olhemos para nós mesmos, inclusive aquelas partes que procuramos esconder ou fingir que não existem, e nos reconhecermos, aceitarmos e assim, conscientes, evoluirmos, cada um respeitando a si mesmo, e aos outros como extensões de si mesmo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Caminhos

Outro texto meu resgatado da bagulhoteca, rascunhado em 06/janeiro/1999!

Sendo meio máquina, meio predador
mal entendo a sua dor
e com a minha já me acostumei;
as coisas que eu sei,
para mim são automáticas,
para você, talvez, traumáticas.
Juntos, podemos ser menos que um
por pouco termos em comum
além da distância que nos separa.
Por que, então, ela nos abala?
Sigo minha órbita quântica irregular
e você, sua ordenada maré lunar,
mas tais caminhos parecem conspirar
em tornar nossas diferenças complementos
que nos unem por momentos
efêmeros no tempo real,
eternos no campo emocional,
benesses preciosas a cada um de nós
a nos aquecer e animar
por nos ensinar
que por maior que seja o vazio
juntos ali já estivemos
e por lá ainda andaremos
e assim nunca estaremos
realmente isolados e sós.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Fahrenheit 451


Fahrenheit 451 é a temperatura em que o papel pega fogo, na estória em um futuro indeterminado em que possuir livros ou, pior ainda, ler livros, é crime gravíssimo, se bem que a maioria da população se entregou às pilulas de prazer imediato e às atividades fúteis e superficiais...

Publicado em 1953, esse livro de Ray Bradbury tornou-se um dos clássicos de ficção científica e que, como toda boa estória de ficção científica, usa uma ambientação "científica" de outro tempo/lugar, para fazer críticas e contestações do mundo real.

Assim como Admirável Mundo Novo e 1984, é uma distopia, onde um futuro sombrio e opressor pesa sobre quem ouse ser diferente do que a ditadura da maioria (mesmo que inconsciente) determina.

Considero essa obra precursora de outras histórias de distopia mais recentes, que vimos nos cinemas: Exterminador do Futuro e Matrix - onde ao invés do homem oprimir o homem, são as máquinas, criadas pelo homem e que fogem ao seu controle, que fazem a opressão.

Também como quase meio século mais tarde vamos ver Neo fazer em Matrix, vemos Montag, o personagem principal, começar a despertar de seu torpor mental ao ver, com o auxílio de sua jovem vizinha Clarisse, coisas a que jamais dera atenção, e assim o mundo, e seu papel nele, começa a ter outras cores e significados.

Isso o fascina e assusta. Do mesmo modo como Neo tem de optar entre a pílula azul e a vermelha - despertar de vez ou voltar a dormir - Montag se vê entre o questionamento sobre seu trabalho de bombeiro, que nessa época é responsável por atear fogo nos livros das pessoas, ou voltar à vida vazia com sua esposa alienada e os demais que abdicaram de preocupar-se (e de pensar), acatando o socialmente aceito e os divertimentos superficiais.

Na estória, as pessoas entram nas casas dos outros, através das televisões gigantes que cobrem todas as paredes e ali falam sem parar, se expondo a todos e não ouvindo o que os outros falam; seria um pré-Facebook ou pré-Twitter?

Montag, sem conseguir aguentar essa situação e confrontado por seu superior, o surpreendentemente culto (já que LIA os livros que queimava!) e cínico capitão Beatty, toma uma atitude extrema e impensável numa sociedade de zumbis mentais, provocando uma série de acontecimentos que afetarão definitivamente sua vida.

Apesar do tom pessimista, a história caminha para um desfecho de alguma esperança. Como todo texto de Bradbury, é menos científico e mais filosófico, poético até, e estranho, ao mesmo tempo e em quantidades diferentes. Traz crítica, faz pensar, e vale a pena ser lido, conhecido e discutido.

Minha única dúvida: ninguém nunca pensou em traduzir/converter Fahrenheit 451 para Celsius 233?

sábado, 26 de janeiro de 2013

Main Brain Overdrive

Mais uma ideia que rabisquei não sei mais quando, num papel de rascunho recém-descoberto na minha bagulhoteca:


main brain overdrive
oops! that's what I like
just four silly dimensions
is too few for me
so, let me be
let me fire my neurons
faster than light
rush through realms
you can barely conceive
thoughts you'll be dead-old
before you can start in their path
so that's why 
  I leave my heart behind
so it won't hinder my 
  ever-increasing speed of mind
don't you worry about me
'cause even incomplete
  I'm still free
and I'll accelerate 
  through eternity
till the end of time
  and then the beginning
    again
and in the next lap
I'll get my heart 
  again
and all that comes with it
but for now, just let me run
I faced fear, 
  and saw myself
I faced rage,
  and there I was,
     again
when I accpet my whole self
I won't see  just other faces
  in happiness
but I'll see mine, too.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Guardas! Guardas!

Guardas! Guardas! (Guards! Guards!, no original), do inglês Terry Pratchett, o livro que acabei de ler ontem, tem mais uma estória que acontece em Discworld, um mundo redondo e achatado, com as águas do Mar Círculo desaguando eternamente pela Borda do Mundo e magicamente sendo repostas... e mágica é a tônica desse mundo em forma de disco, apoiado sobre as costas de quatro elefantes gigantescos, que ficam em pé nas costas da Grande A'Tuin, a Tartaruga Estelar que nada pela noite cósmica.

Em Discworld, numa sociedade com conhecimento e ética (ou falta de) semelhantes às da Idade Média, a Magia é que é real, e Ciência é algo de que pouca gente ouviu falar, menos gente ainda acredita, e quase ninguém consegue colocar em prática - afinal, é muito mais fácil usar os serviços de um feiticeiro, mago, bruxa ou qualquer outro ser com poderes mágicos, do que observar algo, analisar, pensar, concluir e construir em cima disso...

A série de estórias de Discworld nos faz lembrar de Monty Python, ou das estórias do Guia do Mochileiro das Galáxias (de Douglas Adams), por seu humor baseado em nonsense, ironia, crítica mordaz e sutil (e às vezes nem tanto), e boa dose de sarcasmo. Os dois primeiros livros da série - A Cor da Magia e A Luz Fantástica - são os mais engraçados, dentro daquele estilo de humor inglês que se ama ou se odeia.

Os demais livros, até chegar a Guardas! Guardas!, foram: Direitos Iguais, Rituais Iguais; O Aprendiz de Morte; O Oitavo Mago; Estranhas Irmãs; e Pirâmides. Todas essas estórias alternam trechos divertidos e outros nem tanto.

Em Guardas! Guardas!, os Irmãos Esclarecidos, uma minúscula sociedade secreta obscura, inescrupulosa e não muito inteligente (exceto por seu ambicioso Grande Mestre Supremo) resolve tomar o poder em Ankh-Morpork - as cidades gêmeas onde o resto da população também é, bem, obscura, inescrupulosa e não muito inteligente. Para isso, a sociedade secreta conta com um plano mirabolante: com o uso (não-autorizado) de magia (claro!) evocar um dragão - tipo de ser há muito tempo desaparecido em Discworld - e armar uma farsa onde um suposto descendente dos reis do passado, fantoche do Grande Mestre Supremo, enfrenta e elimina o dragão e assim, conforme a tradição, pode tomar o comando da cidade das mãos do patrício Lorde Vetinari, que é quem controla o Grêmio dos Ladrões, O Grêmio dos Assassinos, o Grêmio dos Mendigos e todas as outras instituições respeitáveis de Ankh-Morpork.

O plano vai bem, até o instante em que o dragão, que fora evocado contra sua vontade, e devolvido ao limbo mágico em que estava mais contra sua vontade ainda, consegue voltar a Ankh-Morpork por conta própria, e aí faz o que todo dragão inteligente e furioso faz: voa, queima, destrói, e é coroado rei...

Para enfrentar o novo soberano (que, conforme a tradição, quer devorar pelo menos uma donzela por mês) e impedir que Lady Ramkin - imensa, enérgica e aristocrática - seja devorada, entra em ação o pessoal da decadente e desacreditada Vigilância Noturna: capitão Vimes, sargento Colon, Nobby e policial-lanceiro Cenoura (um "anão" adotado, de 2m de altura); um verdadeiro Exército de Brancaleone. O problema é que o dragão voa, pesa 20 toneladas, tem pele encouraçada, já destruiu vários quarteirões da cidade e reduziu a cinzas todos que o enfrentaram, enquanto nossos herois (?) contam é com suas espadas, flechas e imensa falta de noção...

Com trechos cínicos  e divertidos, como "conhecimento é igual a poder; poder é igual a energia; energia é igual a massa; e a massa distorce o espaço. Assim, não só a biblioteca mágica da Universidade Invisível, mas toda biblioteca em geral, pode ser considerada como um buraco negro educado que sabe ler", a estória tem altos e baixos, mas cumpre seu papel de divertir e de não ser muito previsível.