quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Opinião: Assassino metido a esperto – e outras histórias




Neste livro, Chandler apresenta três pequenas histórias que têm em comum uma trama nebulosa, reviravoltas e motivos escusos, numa época em que três dólares era o suficiente para que uma consciência culpada desovasse de uma espelunca o que sobrou de um bandidinho que se achava mais esperto do que era. Não há mocinhos nem finais felizes, apenas o resultado do trabalho de sujeitos durões e idealistas contra outros sujeitos durões e amorais, além das mulheres "fatais" (difíceis), e todos movidos a muita bebida e cigarro,  um tentando ser mais esperto que o outro, se enganando, se espancando e eventualmente dando tiros uns nos outros, por causa do roubo de um colar de pérolas, um esquema de chantagem e extorsão, ou apenas porque parecia ser a coisa mais adequada naquela situação.

Em todas as histórias estão presentes a descrição detalhada e crítica, o cinismo e os diálogos incisivos, mostrando cruamente a cidade e as personagens sem se preocupar com o politicamente correto. Ali estão Walter Gage, Pete Anglich e Johnny Dalmas, estabelecendo a base para Philip Marlowe, o personagem mais famoso criado por Chandler. Satisfação garantida para quem curte o gênero policial noir, do qual Chandler – junto com Dashiell Hammett – é um dos maiores nomes.

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