segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Por um sistema menos mesquinho

Hoje fiquei mais bravo com esse mundo corporativo capitalista selvagem em que vivemos, ao saber que houve demissões na última sexta-feira, em uma certa empresa - filial de uma multinacional americana - e que um conhecido meu estava entre os demitidos.

OK, demissões acontecem todos os dias, tem gente que não tem emprego, etc.; mas minha bronca é porque conheço o sujeito em questão: é muito competente, tem muito conhecimento e experiência, é extremamente correto, trabalha duro, cumpre horários, prazos e compromissos, há anos se dedicava ao trabalhar o mais corretamente possível naquela empresa, mas dentro da política vinda da matriz americana, para que os números da empresa fiquem mais atraentes perante os acionistas - estamos falando de ter MAIS LUCRO, não se trata sequer de evitar ou diminuir prejuízos - esse meu conhecido foi, junto com outros, colocado sumariamente na rua.

Eu mesmo passei por uma situação dessas, anos atrás, também em uma filial de outra multinacional americana, junto com dezenas de pessoas; é uma situação desagradável ser tratado como simples número que, num dado contexto, deixou de ser bonito para a empresa, então deve ser descartado, independente do que já realizou pela empresa, pela sua capacidade e potencial de realizar mais coisas.

Eu logo consegui recolocação, e o mesmo deve acontecer com esse meu conhecido. Mas até quando vamos ser objeto das manipulações de mesquinharias de quem só enxerga números e que deseja que esses números sejam cada vez melhores, onde só o lucro cada vez maior é que tem valor sobre os seres humanos usam os produtos e que criam esses lucros?

Depois do colapso da antiga URSS e de seu comunismo míope, parece que é a hora do colapso dos EUA-Europa e seu capitalismo selvagem; enquanto seres humanos colocarem instituições e posses acima dos outros seres humanos, não haverá sistema sócio-econômico que perdure.

Um comentário:

Ernesto Gennari Neto disse...

Verdade seja dita. Capital especulativo não existe, é ilusão.

Do jeito que as coisas andam, o mundo terá que rever suas políticas monetárias e trabalhistas, afinal apenas uma pequena parcela da população mundial tem tudo e mais um pouco, enquanto o proletariado não tem lá muita coisa.

Triste, né?